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quarta-feira, 28 de março de 2012

Produção de arroz no Tocantins

      Boa noticia aos produtores tocantinenses de plantão. O tocantins tem grande potencial na produção de arroz, uma cultura que tem se mostrado rentável no nosso estado. Quer saber mais a respeito? Ficou curiso (a)? É só ler as pesquisas e as dicas da EMBRAPA abaixo apresentadas.
    
       Conforme a pesquisa realizada no ano de 2004, a EMBRAPA afirma que o cultivo de arroz de terras altas é distribuído em todo o Estado, enquanto o irrigado está concentrado nas regiões Centro-Oeste e, principalmente, Sudeste, abrangendo os municípios de Cristalândia, Dueré, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium. 

            Em 2004 o EMBRAPA constatou que das 443.500 toneladas de arroz colhidas no Tocantins, 88.700 t, cerca de 20% do total, são comercializadas em casca diretamente pelos produtores para adquirentes dos Estados de Goiás, Bahia, São Paulo e Santa Catarina, e os 80% restantes, que correspondem a 354.800 t, são comercializados com as indústrias de beneficiamento do próprio Estado.  
            O Governo Federal disponibiliza ao produtor rural o Contrato de Opções, o qual tem por finalidade proteger o produtor contra os riscos de queda de preços de seu produto.
              Para facilitar a comercialização do arroz, diminuir o seu custo final e torná-lo mais competitivo no mercado externo, o Governo do Estado do Tocantins implementou dois programas de incentivo fiscal, Prosperar e Pró-Indústria.

              Segundo a tabela abaixo uma das variedades mais vantagiosas em relação ao nosso estado é a BRS Formoso - Cultivar de alta produtividade, com grãos de excelente qualidade industrial e culinária. Com apenas 30 dias de armazenamento, os grãos mostram-se soltos e macios após o cozimento. Característica esta que assegura melhores preços no momento da comercialização dos grãos. Dada a sua suscetibilidade à brusone, é necessário realizar duas pulverizações preventivas com fungicidas.
Característica
Metica 1
BRS Formoso
BRS Jaburu
BRS Biguá
Ano de lançamento
1987
1997
2001
2001
Floração média (dia)
95
95
100
95
Maturação (dia)
125
125
130
125
Altura de planta (cm)
100
98
95
110
Acamamento
R
R
R
R
Produtividade (kg ha-1) obtida em experimento
5.854
6.010
5.788
6.374
Resistência à brusone*
S
S
R
MR
Resistência à mancha-parda*
MR
MR
S
MR
Resistência à mancha-dos-grãos*
MS
MS
S
MS
Rendimento no beneficiamento (%)
66
65
68
67
Rendimento de grãos inteiros polido (%)
59
56
59
60
Teor de amilose
Alto
Alto
Alto
Alto
180
30
40
100
80
80
40
70
Temperatura de gelatinização
Alta
Alta
Baixa
Alta

     A tecnica mais usada no Tocantins é a irrigação por inundação, para saber melhor a respeito leia o texto a seguir retirado do site da EMBRAPA arroz e feijão.
A irrigação por inundação consiste basicamente, em colocar uma lâmina de água em compartimentos formados no terreno, denominados de tabuleiros ou quadros, que são limitados por pequenos diques ou taipas. Os tabuleiros apresentam formas e tamanhos variados. Os retangulares são formados por diques retilíneos, com o terreno sistematizado, de modo que apresente uma pequena declividade uniforme. Os tabuleiros em contorno são formados por um sistema de diques em curva de nível e diques retilíneos no sentido transversal, para dividir a área no tamanho apropriado. (Arquivo da Embrapa Arroz e Feijão).
     A inundação do solo pode ser feita de maneira contínua, durante grande parte do ciclo do arroz, ou de maneira intermitente, caso em que a lâmina de água é reposta após um intervalo de tempo desde o seu desaparecimento do tabuleiro. (Arquivo da Embrapa Arroz e Feijão).
Segundo o EMBRAPA a inundação contínua apresenta as seguintes vantagens:
  1. Diminuição do crescimento das plantas daninhas.
  2. Controle da temperatura do solo, pois devido à presença de água, que tem calor específico superior ao do solo, não haverá temperaturas extremas.
  3. Fixação do nitrogênio atmosférico, devido às condições favoráveis para o crescimento de algas verde-azuis.
  4. Aumento da disponibilidade dos nutrientes para a planta, tais como fósforo, ferro, manganês e silício, durante as primeiras semanas de inundação.
  5. Economia de mão de obra.
  6. Aumento da fotossíntese nas folhas mais baixas, devido ao reflexo da luz na água.
A inundação contínua pode ser feita com lâmina de água estática ou corrente.
A água parada, continuamente na lavoura, apesar de tornar-se estagnada, normalmente não é prejudicial às plantas de arroz. Entretanto, no sistema mix de pré-germinado, que consiste no uso de sementes pré-germinadas em área com vegetação dessecada e previamente inundada, a decomposição anaeróbica da palha presente na área pode provocar a formação de substâncias tóxicas, que afetam o estabelecimento das plântulas.
(Arquivo da Embrapa Arroz e Feijão).
      A eficiência da irrigação com água corrente é menor que a da irrigação com lâmina de água estática, se a água não for convenientemente utilizada. Existe o perigo de os nutrientes do solo serem carregados pela corrente de água. Não há diferença em evapotranspiração (soma da evaporação com a transpiração das plantas) e percolação (infiltração de água no solo) para qualquer um dos sistemas. A irrigação com água corrente é praticada em solos onde existem substâncias tóxicas, devido à pouca percolação ou má drenagem, o que torna necessário um suprimento de água contínuo e corrente. Nos trópicos, a água corrente resulta na diminuição da temperatura do solo, o que pode ser considerado um benefício. A melhor justificativa para utilizar a irrigação com água corrente é a economia de mão de obra, pois, com lâmina de água estática, as práticas de manejo da irrigação são um tanto trabalhosas, especialmente quando não há facilidade de acesso aos pontos de entrada da água.No Brasil, a maioria das lavouras irrigadas está localizada no Estado do Rio Grande do Sul, onde há predomínio do uso de tabuleiros em contorno, que requerem menor sistematização do solo. Geralmente, é feito apenas um aplainamento para eliminar as irregularidades excessivas do terreno. Nesse sistema de irrigação, a água é colocada no tabuleiro mais elevado. Após ter sua lâmina de água estabelecida, a água passa ao tabuleiro imediatamente inferior, e assim por diante, até o último, onde, então, a água excedente escoa para um dreno. Assim, tem-se um sistema contínuo de entrada e saída de água, o que caracteriza a irrigação com água corrente. Em outras partes do país, onde se usam tabuleiros retangulares, com entrada e saída da água individuais, é mais utilizada a inundação com lâmina de água estática. Nesse caso, ao contrário dos tabuleiros em contorno, pode ser usada a inundação intermitente.
(Arquivo da Embrapa Arroz e Feijão).

      O EMBRAPA ainda afirma que a inundação intermitente é praticada, principalmente, em áreas com suprimento limitado de água. Pode ser também uma boa opção para áreas servidas por bombeamento, mas não deve ser implantada sem um prévio estudo econômico.
Produções satisfatórias de arroz são obtidas sob inundação intermitente, quando a umidade do solo é mantida perto da saturação, durante o período sem lâmina de água. Entretanto, no Brasil, esse método foi pouco adotado por que:
  1. Requer completo sistema de irrigação e drenagem, envolvendo altos custos;
  2. Requer práticas de manejo de água desconhecidas por aqueles que normalmente usam inundação contínua;
  3. Requer controle mais eficiente de plantas daninhas, pois algumas dessas plantas crescem mais facilmente sob esse método de irrigação.
A maior contribuição da inundação intermitente para o uso econômico da água é a diminuição das perdas por escorrimento superficial (melhor aproveitamento da água das chuvas) e por percolação (infiltração de água no solo), que são maiores nas lavouras inundadas. Um fator importante a ser considerado na irrigação intermitente é o conhecimento das fases de desenvolvimento da cultura em relação à tolerância da planta à falta de água, ou daqueles períodos em que o suprimento de água é uma necessidade absoluta. (Arquivo da Embrapa Arroz e Feijão).
      A ausência da lâmina de água na fase reprodutiva aumenta o número de grãos chochos e, no período de maturação, pode afetar a massa dos grãos. Por outro lado, a retirada da água durante o período de perfilhamento pode trazer vantagens à produtividade, estimulando o sistema radicular a se aprofundar o que reduz o acamamento, pois o colmo fica com mais resistência e com menor crescimento e melhorando o perfilhamento.

Fontes:
 

Um comentário:

  1. Qual é o potencial do estado?
    Tem área cultivável?
    Pode aumentar a produção?
    Existem fatores limitantes para isso? Quais?

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